Bar

Fui agarrado a ela durante a viagem a pé toda. Sorri quando disse que me adorava e sinceramente, eu não era assim tão azarado, sempre a tinha a ela.
-Eu também parvalhonha - disse-lhe beijando a sua testa e puxei-a para o bar.

Fiz um ar chocado quando me chamou parvalhona e dei-lhe uma palmada no rabo - Vê lá. - sorri quando entrámos no bar e controlei-me. Eu disse que ele não ia beber logo eu também não o podia fazer - Porta-te bem, maninho.

Ri-me agarrando depois no seu pulso aproveitando para puxa-la e fiz uma careta. Ela não queria que eu bebesse mais, mas o que é que se poderia fazer ali?
-Eu estou a portar-me bem, muito bem até, mas tenho sede.

Cheguei-me com ele para o balcão e encostei-me ao mesmo. Apontei para o barman e encolhi os ombros - Tens sede, bebe um suminho que ficas bom. - disse-lhe com um sorrisinho enquanto lhe beliscava o braço.

Fui atrás dela até ao balcão e sentei-me logo na cadeira ficando a olhar para as bebidas atrás do barman. Estiquei-me para ler os nomes e encolhi os ombros.
-Pode ser sumo de laranja com vodka, ninguém morre - o barman ouviu-me e foi fazer o copo.

- És tão teimoso. - disse-lhe com um revirar de olhos. Olhei para o barman e encolhi os ombros - Pode ser o mesmo. - deitei a cabeça no ombro dele e olhei para as pessoas que estaam para ali - Chato.

Ri-me quando me chamou de teimoso e encolhi os ombros, eu já sabia disso. Agarrei no meu copo e bebi logo um bocadão ficando a olhar para a minha irmã.
-Também não resistes - encolhi os ombros. - como é que está lá o outro? - perguntei nao me lembrando do nome.

- Sabes bem que não. - disse com um sorriso enquanto olhava para ele e bebia um gole da minha bebida. Encolhi os ombros e suspirei - Acho que não consigo ser rapariga de relacionamento sério, sabes? Acho que estou destinada apenas a foder gajos como a Mad dizia.

Fiz uma careta lembrando-me de Mad.
-Essa - abanei a cabeça revirando os olhos e encostei a mão à minha cara enfiando a palhinha na boca enquanto bebia, quando acabou fiquei a olhar para a minha irmã mais tonto do que antes - essa também é uma indecisa - disse chateado e revirei os olhos - manda o gajo à mãe - encolhi os ombros. - tem cara de mafioso.

- Outro dos amores da tua vida? - perguntei em tom chateado. Foi mais forte que eu mas desde que tinha ficado a saber que eles se tinham comido à séculos e nunca me tinham contado, especialmente ele, tinha ficado um bocadinho passada. Encolhi os ombros e continuei a beber - Não, espero é que ele arranje alguém especial. Eu estou destinada a ficar sozinha.

-Não - cruzei os braços deixando o copo já vazio cair e virei a cara para o outro lado. - Oh sim, ela vai mesmo arranjar - assenti com a cabeça - mas não é cá, não. - virei-me para o barman e fiz um gesto para que ele trouxesse mais uma das bebidas. - Não vais nada - empurrei-a com um dedo.

- Pois. - disse com um revirar de olhos. Não conseguia perdoar-lhe o esconder-me coisas e fugir de mim. Quer dizer, conseguia mas magoava só de pensar como tinha ficado por causa disso - Vou sim. Não sou rapariga de um homem só.

Levantei-lhe o olhar para mim e saltei da cadeira indo um bocadinho para cima dela, mas logo me endireitei.
-Não fiques assim comigo, desculpa - pedi-lhe beijando a sua testa e dei-lhe a minha bebida para ela ficar com ela. Sorri encolhendo os ombros - pode ser que isso mude com o tempo - olhei em volta.

- Não gosto de algumas coisas que me fazes. Sabes tudo sobre mim e nunca te deixei. - disse baixinho e nem sei se ele conseguiu ouvir por causa do barulho à nossa volta. Abanei a cabeça - Não me parece. Estou destinada a ficar sozinha.

Assenti devagarinho e passei a mão pelo seu cabelo puxando-a para mim, abraçando-a.
-Eu sei, desculpa - pedi - como é que querias que eu te dissesse? - Levantei o olhar para ela - ola mana comi a tua melhor amiga - beijei-lhe a testa e suspirei - desculpa. - apontei para mim - parece um destino dos irmãos Grant.

Encolhi os ombros - Olá mana, comi a tua melhor amiga quando ela tinha catorze anos. Ao menos ficava a saber. - disse com um encolher de ombros de novo enquanto olhava para o chão. Ele era o único que me deixava a sentir assim - E também gostava que não tivesses fugido de mim quando aconteceu uma coisa má na tua vida. Já devias saber que há porcaria quando isso acontece. Da primeira vez acabei a sofrer bullying. - bebi o resto da minha bebida de uma vez - Cala-te. Tu vais encontrar alguém, eu é que não.

Afastei-me voltando a sentar-me e olhei para o balcão durante sérios e longos segundos.
-Eu sei que já fiz muita porcaria, por isso é que estou aqui assim - apontei para mim com um sorriso falso e cerrei de seguida o maxilar, virei-me para o balcão e agarrei na minha próxima bebida bebendo um bocado. - Acho que isso não vai acontecer.

- E eu estou aqui assim contigo. - disse levantando-me do meu banco para me aproximar dele, enquanto me metia no meio das suas pernas - Só não me voltes a deixar, está bem? Ou a esconder coisas. - pedi baixinho enquanto lhe beijava o maxilar - Tu vais encontrar alguém, Kei. - sorri - Eu sei que vais. Tem de haver alguém neste mundo que me ajude a aturar-te. - ri-me.

Virei a cara para ela e assenti com a cabeça deixando a mesma cair no seu ombro com um suspiro.
-Eu não te vou deixar mais maninha - prometi de olhos fechados e suspirei abanando a cabeça - mas por agora o meu destino é vomitar.

Fiz uma careta quando ele falou em vomitar e afastei-me, puxando-o para que saissemos do balcão e fossemos até à casa de banho.
- God, não vomites para cima de mim ou podes deixar-me à vontade depois disto.

-És mesmo má, vomitar em cima de ti é melhor do que muitas outras coisas.- disse baixinho não sabendo para onde estava a andar, mas quando vi uma sanita fiz um sorriso maroto e já só tive tempo de me agarrar à mesma e vomitar o que tinha bebido.

Fiz uma careta quando ele começou a vomitar agarrado à sanita e dei-lhe festinhas no cabelo enquanto o fazia - Está tudo bem. - murmurei continuando ao pé dele - Isto significa que temos de ir para casa.

Levantei a cabeça e descarreguei o autocolismo olhar para ela com uma careta, indo depois lavar a boca.
-Ir embora agora? - olhei para as horas - é meia noite, ainda temos muito tempo - encolhi os ombros puxando-a para que fossemos novamente para o nosso sítio.

Revirei os olhos quando nos puxou de novo para o balcão e espetei um dedo no peito dele - Vamos embora, Keith. Vimos divertir-nos noutro dia. - puxei-o pela camisola - Já bebeste demais hoje e tens de descançar.

Juntei as sobrancelhas fazendo uma cara resmungona e acriançada e fiquei a olha-la enquanto me puxava pela camisola.
-Mas eu estou bem - disse com um revirar de olhos tentando ir de novo para trás e agarrei-lhe pela mão tentando-a puxar.