Supermercado

Olhei para trás, erguendo uma sobrancelha.
- O quê?

- Se querias levar o carrinho, não me distraias com beijos. - brinquei.
Toquei no narizinho de Anne e depois fui buscar as bolachas.

Ri-me levemente.
- Basta teres-me ao teu lado para estares distraída.- gozei-a com um ar convencido.

Abanei a cabeça.
- E seres menos convencido?
Fizemos o resto das compras e peguei num livro de colorir para Jonh; puxei Ron até às roupas.
- A Anne cresce rápido.

Ri-me e abanei a cabeça negativamente.
- Nop.- murmurei.
Segui Chris até à parte das roupas, empurrando o carrinho.
- Pois cresce, rápido demais até.

Peguei num vestidinho.
- Que achas? - sorri.

Elevei as mãos, tal como as raparigas faziam.
- Ai que cutchi.- disse com uma voz fininha, fingindo-me histérico.

Revirei os olhos.
- És tão parvo.
Pousei o vestido no carrinho.
- Vá, vamos antes que eu me chateie. - ri-me.

Ri-me com as minhas figuras.
- E tu amas-me tanto.- pus-lhe a língua de fora.
Aproveitei que se tinha aproximado do carrinho e puxei o seu corpo contra o meu.
- Tenho saudades tuas oh mandona.- sussurrei ao seu ouvido, mordendo o lóbulo da sua orelha.

Mordi o lábio.
- Depois tratamos das tuas saudades, que achas? - sorri.
Dei-lhe um beijo rápido sobre os lábios.

Desci um beijo até ao seu pescoço e assenti.
- Acho muito bem.- susurrei, beijando-a depois.

Sorri contra os seus lábios.
- Vamos acabar isto, pôr a miúda a dormir e o Jonh a fazer a sesta. - pisquei-lhe o olho.

Ri-me baixinho e assenti.
- Mal posso esperar.- mordi a pontinha do seu nariz com um sorriso fofo.

Sorri.
- Tarado.
Empurrei o carrinho para a caixa.

Abri a boca, fingindo-me de indignado.
- Euuu? Nada disso.- ri-me e ajudei-a a colocar as coisas na passadeira.

Abanei a cabeça.
- Claro que não. Não te babes para o decote da rapariga.

Ri-me e abanei a cabeça.
- Eu só me babo para o teu amor.- sussurrei ao seu ouvido.

Mordi o lábio.
- Estás a seduzir-me? - olhei-o.

Mordisquei o lóbulo da sua orelha.
- Estou Jones, estou a seduzir-te.- sussurrei de novo.

Aproveitei o facto de estar de costas para ele e fingi ir ao bolso detrás das calças, tocando no local do seu membro levemente.
- Hmm... Está bem.
Empurrei o carrinho para o fim da caixa e comecei a pousar as coisas no carro com a ajuda de Jonh.

Mordi o lábio com força assim que senti a sua mão passar pelo sítio do mesmo e respirei fundo para que não ficasse de maneira nenhuma ali no meio do supermercado. Apalpei-lhe o rabo e ri-me levemente, indo ajudá-los a colocar os sacos no carrinho.

Acabamos de pôr as compras e pagamos, levando as coisas para o carro; sentei Anne que já ia meia adormecida e Jonh, que se queixava de sono.
- Já vamos para casa, preguiçosos.
Coloquei-lhes os cintos e entrei no carro.

Ajudei Chris a colocar os sacos na mala do carro e fui guardar o carrinho, voltando para ao pé deles. Entrei e coloquei o cinto, rindo-me com a cara de sono de John e com as suas queixas.
- Vamos lá então? - perguntei assim que Chris se sentou. Liguei o carro e conduzi em direcção a casa.

Afastei-me da casa do Kenneth depois de ele basicamente me fechar a porta na cara e olhei para a minha roupa nojenta. Era verdade que já não estava tão colada e tudo o mais mas mesmo assim. Tinha a estranha sensação que o Keith e a Jess estavam em casa e como não queria interromper nada, não queria ir já para lá. Olhei para a minha carteira e encolhi os ombros. Precisávamos de coisas para a casa por isso ia às compras. Precisava de perguntar ao meu irmão se os nossos pais tinham mandando mais dinheiro das nossas mesadas porque o dinheiro que eu tinha começava a acabar e já estava na altura.

-Quem era aquela? - perguntou o meu pai ainda a olhar para a porta fechada e para mim.
-Uma vendedora, entrou aqui como se fosse a rainha do mundo e eu estava a expulsa-la. - disse com a maior das naturalidades e já só senti a minha cabeça encostada à parede que estava ao meu lado, o meu pai olhou-me com os olhos semicerrados enquanto eu o olhava.
-Vai comprar comida para o jantar - disse depois de cair na minha mentira, largando-me a cara. O que ele queria dizer com aquilo era um código para "vai comprar bebidas para eu beber". Olhei para a porta do quarto de Brianna e depois para ele que estava a ir para a sala. Suspirei mais aliviado, se ele ia para a sala pelo menos não ia chatea-la. Agarrei num papel, escrevendo onde ia e fui-lhe deixar ao lado da almofada. Ela tinha que saber minimamente onde eu ia para o caso de me querer telefonar ou até mesmo para não se preocuparar. Ela devia ser a única que se preocupava. Saí de casa, olhando para a carteira, ele era um otário, mal tinha dinheiro das minhas vendas e ele já me fazia gasta-lo todo na bebida. Abanei a cabeça cerrando o maxilar para não começar a falar sozinho, ou me passar. Ainda pensavam que eu era maluco ou coisa do género. Pouco faltava. Enfiei as mãos nos bolsos e fui em direcção ao supermercado