Quarto de Summer

Assenti com a cabeça enquanto o olhava e estiquei-me até lhe beijar a bochecha - Adoro-te. - disse-lhe com um pequeno sorriso - És o único que me põe armada em menina quase a chorar. - revirei os olhos e sorri enquanto me chegava mais para ele - Quero saber, conta-me. Tudo. Menos as partes com gemidos, dispenso isso.

-Eu não quero que chores por minha causa - disse passando os dedos pela sua bochecha, suspirando. Detestava vê-la assim, ela era a única que tinha a certeza que não ia embora, quer dizer... podia arranjar outra pessoa e aí ia ter que ir, mais ou menos, mas eu só queria que ela fosse feliz - Tudo? Fui a casa dela, o Tommy curte de mim e eu apaixonei-me pelo puto, a sério - sorri levemente ficando a dar-lhe festinhas no cabelo

- Eu sou forte. - disse com um encolher de ombros - Não vou chorar. - levantei o queixo enquanto o olhava. Sorri quando falou no irmão da Jessica e mordi-lhe o peito - Isso, apaixona-te pelo irmão dela. Além de ser trocada pela tua nova namorada, sou trocada pelo irmão dela também. - abanei a cabeça - Sou uma desgraçada.

-Não és assim tão forte quando tencionas parecer - disse. Ela era mais forte que eu, eu era um fraco, considerava-me um, pelo menos sempre que algo não corria como eu queria ia sempre parar a um bar. Já tinha gasto fortunas em apenas álcool. Não queria voltar a isso mas era inevitável para mim.
-Não digas isso, ias apaixonar-te por ele também se o conhecesses. O puto é todo fixe. - sorri, mas logo fiquei mais sério - a seguir mostrou-me o carro dela. - desviei o olhar. - Ela faz corridas.

- Sou sim. - disse-lhe com um encolher de ombros - Sou forte que chegue. Dá para passar por insensivel e despreocupada e meter medo às pobres almas. Chega-me. - encolhi os ombros mais uma vez. Já me tinha habituado ao facto de ir acabar sozinha, sem nenhum gajo ou gaja, feitas bem as contas, e no inferno. Não importava. Eu estava bem sozinha. Mais valia assim do que a sofrer por amor. Toda a experiência do Keith bastava-me.
Abracei-me mais a ele e sorri - Então quero conhecê-lo também. - mordi o lábio e levantei a cabeça para o olhar - Como é que foi? - perguntei baixinho - Não fizeste nada que não quisesses pois não? - corridas? Aiai o karma era lixado.

Mais forte que eu, ela era, disso tinha certeza. Enfiei a cabeça no seu pescoço e abracei-a com força de novo - tu sabes que eu te amo, maninha. Aconteça o que acontecer, és a minha irmãzinha mais nova - sorri levemente voltando a olha-la e tirando algum cabelo da sua cara.
Encolhi os ombros com a sua pergunta - não sei - murmurei - devia ter ficado mais entusiasmado, ela ficou meia triste com a minha reacção. - mordi a parte de dentro do meu lábio - mas eu não consigo Sum - disse mais baixo. - Eu tento.

Assenti com a cabeça e dei-lhe festinhas no cabelo - Eu também te amo, Kei. - sorri e beijei-lhe a testa. Olhei para ele quando continuou a falar do carro e assenti com a cabeça - Contaste-lhe? Sobre o acidente? - mordi o lábio e fiz-lhe uma festinha na bochecha - Eu sei. Mas um dia vais conseguir, eu sei que vais.

Sorri dando-lhe um beijo na testa, adorava a relação que tinha com ela, pelo menos era a única pessoa que eu podia confiar por completo, eu sabia que ela nunca me ia trair. Abanei a cabeça quando me perguntou se lhe tinha contado sobre o acidente e arrepiei-me todo por ela falar dele. - Não - disse apenas num tom abafado, por causa das mantas - ela não precisa de saber disso. - desviei o olhar e abanei a cabeça, não ia conseguir nunca.

Toquei-lhe na pontinha do nariz e sorri-lhe de volta. Adorava o meu irmão, era o único rapaz em que podia confiar, ele era a única pessoa com quem eu era capaz de ser muito de vez em quando, a Summer de antes. Eu amava-o tanto, era capaz de fazer tudo por ele, só o queria matar quando me abandonava. Odiava quando ele fazia isso.
- Mais tarde ou mais cedo ela vai ter de saber sobre isso. - disse-lhe antes de lhe dar um beijinho na bochecha - E ela faz corridas. - levantei uma sobrancelha - De certeza que se vocês se continuarem a dar - fiz um sorriso cinico - mais tarde ou mais cedo ela vai querer que tu vás com ela ou assim. Até te fazia bem. - disse com um pequeno sorriso - Pode ser que ela faça aquilo que eu não consigo.

-Não, não vai - disse logo, baixando o olhar, não queria que ela soubesse, toda a gente que sabia acabava por ir embora. Eu não era bom para ninguém, então se soubessem... Tudo o que já me tinham dito ainda estava na minha cabeça. Levantei o olhar a tempo de ver o seu sorriso, continuando a abanar a cabeça. Não queria... só de pensar.- O que é que tu não consegues?

- Tirar-te esse trauma da cabeça. - toquei-lhe na testa e dei-lhe um beijinho na bochecha - Keith, as outras cabras não te deixaram por causa do que aconteceu com a Sophie. - murmurei enquanto o olhava - Elas foram-se embora porque não gostavam de ti de verdade, se gostassem ficavam mesmo que tu virasses uma tartaruga. - abracei-o com mais força - E acho que nunca te vi a sorrir tanto como com a Jessica. - levantei o olhar para ele - Sorrias assim com a Sophie. - sorri levemente - Quando te sentires preparado, conta-lhe. Ela pode ajudar-te e eu posso conseguir ajudar-te também quando isso acontecer.

Encolhi os ombros quando me responder e fechei os olhos quando me tocou na testa dando-me um beijinho na bochecha - algumas foram - murmurei olhando para outro lado que não fosse a minha irmã. Detestava ouvir o nome dele, fazia-me recordar tudo. Encolhi-me ligeiramente abraçando-a com mais força assim que me fez o mesmo - e porque é que ninguém gosta de mim de verdade? - perguntei baixinho. Sorri levemente com o que ela disse de Jessica e dei-lhe festinhas num braço - está bem - murmurei - eu conto.

- Elas são estúpidas. - revirei os olhos - Por amor de deus, Keith, não ligues a essas. - olhei-o e toquei-lhe no peito - Eu amo-te e sei disso tudo e estou aqui não estou? E caso não te lembres, quem me deixa és tu, não o contrário. - não era para o deixar pior, simplesmente era a verdade. Eu tinha sempre ficado para o apoiar mesmo quando aquilo tinha acontecido. Fiz cara de má - Eu gosto de ti de verdade, mas ainda bem que eu não sou ninguém. - encolhi os ombros fingindo-me amuada. Sorri quando ele disse que lhe ia contar e assenti - Acho bem.

Encolhi os ombros quando lhes chamou de estúpidas com um suspiro - mas és minha irmã, é normal que gostes de mim - disse e passei as mãos pela cara quando disse que era eu que ia embora, mas não disse nada. - não estou a falar da minha família, não fiques amuada. - levantei o olhar quando a senti sorrir e beijei-lhe a bochecha. - Ela não vai gostar. - fechei os olhos durante algum tempo, com a cabeça encostada ao seu ombro e ao quentinho da sua cama.

- Não sou obrigada a gostar de ti por ser da tua familia. - disse com um revirar de olhos - Eu gosto de ti porque sim, acabou. - atirei-me para cima dele e ri-me enquanto lhe dava beijinhos no maxilar - Pára de pensar no que ela vai fazer. Não és bruxo que eu saiba. - puxei as mantas mais para nós - Ela pareceu interessante. - toquei-lhe na bochecha - E tu gostas dela que eu sei.

Suspirei abraçando-lhe a cintura quando se atirou para cima de mim e encolhi os ombros sorrindo levemente quando disse que ela parecia interessante. Lá isso ela era, mas não me ia ser nada. - Ela é fixe - disse quando disse que eu gostava dela. - e é gira. - ela era mesmo... mesmo boa. Encostei de novo a cabeça ao ombro da minha irmã de olhos fechados e adormeci em pouco tempo.

- E tu estás todo maluquinho. - disse com um sorriso convencido e espertalhão. Puxei as mantas para cima de nós quando percebi que o Keith tinha adormecido e dei-lhe um beijinho na testa - Adoro-te muito, Kei. - sorri-lhe de novo antes de deitar a cabeça no seu peito, apertá-lo com força e adormecer também.

Enrosquei-me na minha irmã e abracei-a com um suspirinho. Apesar de não me ter deixado nas melhoras das satisfações, falar com ela ontem tinha-me feito bem. E sim, eu estava a ficar maluquinho por ela, era um dos meus defeitos, começava a gostar das pessoas e mal as conhecia. Se bem que com Jess, parecia que já a conhecia há anos. E depois ela era tão linda... e... Comecei a sentir os calores e afastei-me da minha irmã olhando para o tecto.

Remexi-me na cama e sentei-me de repente quando pareceu que estava sozinha na cama. Esfreguei os olhos e sorri quando percebi que o Keith ainda ali estava - Ai por amor de deus, diz-me que não estás nessa ponta por teres tido sonhos eróticos com a Jessica. - levantei uma sobrancelha e fiz figas para ele ver enquanto esperava pela resposta.

Olhei para a minha irmã quando se sentou repentinamente na cama e soltei um risinho com a sua pergunta - Mais ou menos - disse fazendo uma careta - Porquê? Nota-se assim tanto? - sentei-me na cama enquanto olhava para janela, procurando ar pura para me acalmar as ideias, mas acabei mesmo por agarrar no telemóvel e mandar-lhe uma mensagem. Vem ver-me, é uma ordem. Fiz uma careta e apaguei-a mandando o telemóvel para o chão e mandando-me dramaticamente para a cama.

Fiz uma careta e agarrei-me à minha almofada, escondendo a cara na mesma - Porque era a única razão para estares nessa ponta. - mordi o lábio quando o vi agarrado ao telemóvel e sorri - Devias mandar-lhe mensagem. Ao menos paravas de ter sonhos eróticos com ela. - pisquei-lhe o olho e toquei-lhe na bochecha.

-Não foi assim nada de especial, estava a dormir contigo, não som nenhum nojento - fiz uma careta rindo-me de seguida e encostando a cabeça à sua almofada enquanto pensava numa mensagem decente para lhe mandar. - O que é que eu lhe digo? Ainda à bocado estive com ela, vai pensar que é perseguição - fiquei a olhar para o tecto e arregalei os olhos, a sério que eu estava a agir assim por causa de uma gaja? A sério que eu não sabia o que fazer?

Voltei a chegar-me para ele até ficar com a cabeça de novo deitada no seu peito, tal como tinha adormecido antes - Mandas uma mensagem a perguntar se podes ir ter com ela ou se ela pode vir ter contigo. - ri-me porque ineditamente, o Keith estava a pedir-me ajuda com uma rapariga - Ou então dizes uma coisa mais sexy e autoritária do género: começa a despir-te que eu estou a ir. - fiz um ar sério mas não aguentei e morri a rir.

Mordi o lábio com as suas opções e acabei por assenti, esticando-me de novo até ao meu telemóvel - Eu tinha, "vem ver-me, é uma ordem" mas não, é demasiado estúpido - Estiquei os braços enquanto escrevia aquilo que a minha irmã tinha dito, mas apaguei. - Não, é melhor não, não posso ir a casa dela, pelos vistos a mãe dela é uma cobra assassina. - encolhi os ombros e suspirei enquanto pensava, decidindo mandar uma coisa simples. "Posso ir aí, ou tu vens aqui? Ou nem uma coisa nem outra?" Simples como quem diz, parecia que estava em desespero e todo baralhado das ideias.

Continuei a rir-me ainda mais depois do que ele disse que tinha escrito e assenti com a cabeça enquanto me acalmava e olhava para o meu irmão - Meu deus, Keith. Tu estás tão apanhadinho. - toquei-lhe na testa e voltei a atirar-me para cima dele e a agarrá-lo - Eu adoro-te, chato. Mesmo muito. E adoro ver-te assim feliz.