Quarto de Hóspedes

Vi-o sair e troquei para um pijama, deitando-me na cama; dei voltas e voltas na mesma, não conseguindo adormecer.
Suspirei e levantei-me, saindo para o corredor; dei por mim a bater levemente à porta do quarto de hóspedes.

Ainda não tinha caído no sono. Fingi não ouvir o barulho que algo ou alguém fazia na porta.
- Não me digas que tens medo do escuro? - perguntei retoricamente de costas voltadas para a porta.

Abri um bocado a porta.
- Não. Só vinha ver se ainda estavas acordado...

Virei-me para o outro lado ficando de frente para ela.
- Queres dormir aqui? - revirei os olhos apontando para o espeço que estava vazio na cama.

Engoli em seco.
- Não consigo dormir.

- Vá anda cá... - estendi-lhe a mão para que depois de agarrá-la, a pudesse puxar para mim.

Acabei por ceder e toquei com a minha mão na sua, sentindo-me ser puxada por ele.
-

Soltei várias gargalhadas quando caiu em cima da cama, ficando agora a meu lado.
- A princesinha veio para aqui para dormir ou para outra coisa? - inquiri.

Mordi o lábio.
- Como te disse, só vim ver se estavas acordado porque não consigo dormir.

- Ok - revirei os olhos.
Puxei a colcha envolvendo-nos na mesma.

Dei-lhe um murrinho no peito.
- Vê se os teus olhos não ficam trocado por andares sempre a revirá-los. - resmunguei.

Revirei os olhos para provocá-la.
- Não, achas? - fiz uma cara de tarado olhando para os seus lábios.
Mordi o lábio.

Revirei os olhos também, mordiscando o lábio levemente.
- Sem comentários. - resmunguei.

Bocejei.
- Deves ser muito teimosa tu -empinei o nariz, e virei-me para o outro lado ficando agora de trás para ela.

Revirei os olhos.
- E com muito orgulho.
Deitei a cabeça na almofada, olhando para o teto.

- Hum hum - emiti fingindo adormecer.
Depois de algum tempo sem falarmos e ainda a fingir ter adormecido olhei as horas sem me mexer.

Suspirei, olhando para o lado e vendo que ele dormia.
Virei-me com cuidado, fechando os olhos para tentar adormecer.

Sorri vitorioso, sentindo o seu corpo a remexer a colcha.
Virei-me para ela cuidadosamente com o intuito de lhe pregar um susto.
- BUH - gritei pressionando a sua cintura.

Soltei um grito agudo quando Henry me assustou.
- És mesmo parvo. - resmunguei, sentindo o meu coração bater descompassadamente.

Ri sem parar e apoiei a minha cabeça no cotovelo que se encontrava pressionado contra o colchão.
- E tu és parva - rematei.

Revirei os olhos.
- Não sou nada.
Mordi o lábio.

Ri-me.
-És sim - discordei. - Mas uma parva parvinha - ri-me.

Arqueei o sobrolho.
- Já me estás a ofender. - resmunguei.

- Ok... parva - empinei o nariz olhando também o teto.