Quarto da Melissa

Ergui o sobrolho.
- Vais dizer-me que tipo de festejos vais fazer com uma virgem.

Revirei os olhos.
- Não é por seres virgem que não te possas divertir comigo - afirmei.
- Além disse, quem sabe que não vou ser eu o sortudo? - brinquei com a situação.

Ri-me.
- Isso querias tu.
Prendi a língua entre os dentes, sorrindo.

Ri-me.
- Tu não querias? - perguntei.
Bocejei e olhei o relógio que marcava meia noite.

Engoli em seco, com a verdade a matutar-me na cabeça.
- É melhor dormir. - murmurei, desviando o assunto. - Posso agarrar-me a ti?

Revirei os olhos rindo-me depois.
- Não é preciso ficares assim - pousei a minha mão na sua perna roubando-lhe um beijo.
- Nem precisas de pedir - puxei-a para mim dando-lhe muitos beijos no pescoçom e na testa.

Rodeei o seu corpo com os dois braços, retribuindo o beijo.
- Estás com muita sorte, já.
Coloquei uma perna entre as suas, aconchegando-me no seu peito.
- Nem abuses. - ri-me.

Suportei o seu corpo com as minhas mãos nas suas coxas.
- Não achas - menti.
Fechei os olhos.

Suspirei e fechei os olhos, acabando por adormecer.
Acordei com o telemóvel a tocar; estiquei-me para pegar nele, vendo as horas e constatando que era mesmo a hora de acordarmos.
Elevei-me, aproximando a minha face da de Henry e beijando-o levemente.
- Acorda, kanguru. - sorri, voltando a beijá-lo.

Acordei com o barulho irritante do telemóvel de Melissa.
- Bom dia kangurua - beijei-a também e esfreguei as costas da mão nos olhos.

Apertei o seu nariz levemente.
- A fêmea do kanguru não é a kangurua. - ri-me, saindo de cima de si.
- Vá, toca a levantar. - disse, bem disposta.

- Eh fogo - fiz sons estranhos como que se resmungasse.
Levantei-me cuidadosamente pois estava repleto de sono.
- Vamos - disse, mas ao contrário dela mal disposto.

Fiz beicinho.
- Olha que vais sozinho para a austrália.
Dirigi-me ao armário, tirando de lá um vestido.

- Sim sim - agarrei-a por trás dando-lhe um beijo no ombro.
Soltei-a e fui ao armário e retirei do mesmo uma camisola larga.

Arrepiei-me ligeiramente.
- Estou mesmo a ver que vais embebedar-me e levar-me para a cama. - brinquei.

- Não, não vou poder divertir-me enquanto estiver em competição - revelei.
Sorri.

Sorri.
- Assim estou mais descansada.
Tapei-lhe os olhos com uma fita.
- Não tires. - pedi, enquanto trocava para o vestido rapidamente.

Ri-me.
- Ai a envergonhadinha - gozei.
Puxei-a para mim dando-lhe um beijo molhado.
- Vá temos de ir, tomamos o pequeno-almoço no avião - apressei.

Assenti, puxando os lençóis da cama para cima; peguei na minha malinha, que tinha o tablet a navegar lá dentro e aproximei-me.
- Vamos?

Segui-a.
- Vamos - repeti.
Desci as escadas com ela e coloquei a mala às costas e a prancha debaixo do braço.