Cozinha

Coloquei os meus braços à volta do pescoço dele.
- De quê? - perguntei baixinho procurando os olhos dele.

Desviei o olhar.
- Não posso dizer. Vais afastar-te.

Fiz com que ele olhasse para mim.
- Tens de parar de pensar que sabes o que eu vou fazer.

Os meus olhos encontraram os seus porque o seu gesto assim o ordenava.
- Vou acabar por me apaixonar por ti. - murmurei, baixo.

Foi a minha vez de falar baixo.
-Ninguém se apaixona por mim. - o que também se devia ao facto de não deixar aproximar tanto a esse ponto - Sou demasiado eu para te apaixonares por mim acredita.

Olhei-a.
- E eu sou demasiado eu por me apaixonar por pessoas impossíveis.
Tirei-lhe o cabelo da frente dos olhos.
- Estamos quites.

Sorri-lhe e fiz-lhe uma festa na bochecha.
- Então está tudo bem.

Mordi o lábio.
- Sim. Acho que sim.
Levantei-me, afastando-me um pouco.

- Está. - assegurei. - Nós somos tipo... amigos coloridos! - ri-me - Mas que gostam muito muito um do outro. - sorri.

Fiz uma careta.
- Não estou às cores. Nem tu. - gozei.

Ri-me.
- És tão parvinho. - voltei a rir e dei-lhe um beijo sonoro na bochecha.

Gargalhei, divertido.
- Não sou nada.
Fiz beicinho.

Ri-me e voltei a dar-lhe um beijo.
- Só um bocadinho pequenino. - sorri.

Sorri.
- Assim está melhor.
Olhei-a.
- Sempre queres que vá contigo?

Sorri. - Não... acho que posso ir sozinha mas não me apetecia ir já... - fiz uma careta. - Apetece-me ir deitar no sofá e ver filmes enquanto comemos pipocas. - ri.

Apontei o armário.
- As pipocas estão ali.
Sorri-lhe.

Sorri e levantei-me. - Então leva esse rabo jeitoso para a sala e escolhe um filme enquanto eu trato das pipocas. - abri o armário - Podem ser salgadas? - perguntei.

Ri-me, levantando-me.
- Uh, achas o meu rabo jeitoso.
Olhei-a.
- Nhe... Pode ser.
Dirigi-me para a sala.

Peguei na embalagem das pipocas e meti-a no microondas. Encostei-me ao balcão enquanto esperava e sorri. - Pensava que a esta altura já sabia que eu te achava super jeitoso.

Mal acordei dirigi-me para a cozinha, tomando um pequeno almoço rápido.
Lavei o prato que tinha usado para as torradas, a faca e o copo e coloquei a manteiga e o sumo no frigorífico.
Espreguicei-me mais uma vez, suspirando e indo até à casa de banho.

- Não fales mal do meu irmão, 'tá? - sorri - Ele é lindo, querido e maravilhoso. E acho que vocês apesar de tudo até se vão dar muito bem.. - fiz uma careta e desatei a rir.

Levantei os braços em sinal de rendição.
- Já me calei.
Abri a água e passei as mãos pela mesma; limpei-as a um pano e depois olhei Summer.
- Hmm... Torradas?

- Ainda bem. Ficas tão querido caladinho. - sorri.
Fui sentar-me num dos bancos das cozinha.
- Pode ser.

Fiz beicinho.
- Não fales mais comigo.
Comecei a fazer torradas.

Ri-me.
- Eu posso falar, tu é que não.