Starbucks Cofee

Tinha acabado de sair do apartamento, com uma roupa bem simples - calções e top apenas um pouco decotado - quando me apercebi que estava com fome. Ao fim de algum tempo a procurar lá consegui encontrar um Starbucks a jeito - 90% das vezes nesta cidade confusa nada está a jeito - e acabei por entrar e pedir um muffin e café quente. Já com o pedido na mão e depois de pagar, fui-me sentar numa mesa um pouco afastada, junto a uma parede e acabei por pôr os phones do iPod. De seguida, abri o caderno e o livro que trazia comigo, indo buscar um lápis à minha mala - 11º não perdoa realmente - e comecei a resolver, ou pelo menos a tentar resolver, os exercícios de Matemática A que ainda tinha por fazer. Apesar disso, ao fim de algum tempo sabia que já iria estar a bater com o lápis na mesa ao ritmo da música, mas pronto: enquanto durava esse intervalo de tempo já era bom. Acho eu. Espero eu.

Quando me pediu para tirar os phones dos ouvidos, apenas o fiz por pura curiosidade. Queria ouvir o que aquele chato, aparentemente convencido e, sem dúvida, com uma lata enorme, me queria dizer.
- Olá James. Adeus James. - respondi-lhe lentamente, com um revirar de olhos.
Olhei para ele à espera que ele saísse ou algo do género.
- A sério, o que raio queres para me desamparares a loja? - perguntei frustrada.

Ai a porra, tirem-me este gajo daqui.
- Olha que a rapariga está praticamente a babar-se agora. Vá, aproveita, que não deves ter 'tanta sorte' - gozei, pausando para dizer as últimas duas palavras - todos os dias. E eu não sou certinha. Adeus. - disse-lhe, já prestes a desesperar com aquele. A sério, o que raio seria preciso para ele se ir embora? Daqui a bocado estava a arrancar cabelo ou a arrancar-lhe a cabeça: apesar de tudo, a 2º hipótese sempre era mais agradável.

Respirei fundo para ver se me acalmava; tens duas escolhas: ou lhe espetas um murro e sais daí - o ponto favorável é ele não saber o meu nome para apresentar queixa visto que não lho disse e os pontos negativos são um café cheio de testemunhas e ele ser alto e eu... bem, nem por isso, para ser simpática para mim - ou sais daí simplesmente. Deve ser melhor a segunda hipótese, infelizmente.
Fechei o livro e o caderno com algum barulho e levantei-me, sem dizer nada, saindo do café em direcção à rua.

Saí do apartamento apenas para comer alguma coisa, visto que não tinha nada que se aproveitasse. Entrei no Starbucks que se encontrava na mesma rua, procurando ver se estava ali alguém que conhecesse. Ou alguém de jeito.
Pedi um café longo como sempre e, enquanto procurava por um lugar, reparei numa rapariga sentada quase na entrada. Olhei para ela, pestanejando algumas vezes, como fazia sempre: era um truque bom e eu sabia representá-lo. Dirigi-me à tal rapariga, esperando que ela também tivesse reparado em mim quando eu passei na rua, e bati com a mão na mesa, com um grande sorriso.
- Olha, eu conheço-te? És-me familiar. - menti. Era uma boa maneira de conhecer miúdas.