Clinica Mayo

- Eu não estou preocupada, só quero que vocês fiquem bem. - cheguei-me mais para ele assim que o Keith se agarrou à minha cintura e encostei a minha cabeça à dele, dando-lhe um beijinho na testa - Eu também quero sair daqui, estou farta deste quarto feio. - disse com uma careta depois de olhar em volta - E prefiro estar assim agarradinha a ti na tua cama. - disse com um sorriso, entrelaçando os nossos dedos e ficando a olhar para as nossas mãos dadas.

-Eu odeio hospitais - fiz uma careta olhando para o quarto e olhei pela janela vendo que o tempo não estava muito bom e só aí é que me lembrei, suspirando - como é que eu te vou levar para casa? - perguntei passando as mãos pela cara - tens o pior namorado de sempre murmurei olhando para as nossas mãos. -Eu trouxe a minha bicicleta, tu podes ir de táxi.

- Acho que alguém que goste de hospitais e não seja médico tem um grave problema. - disse com um pequeno sorriso, esticando-me até dar um beijinho nos lábios do Keith - Não te preocupes. - revirei-lhe os olhos quando se pôs a dizer que era o pior namorado de sempre - Não és o pior namorado de sempre e a tua melhor namorada de sempre vai conseguir fazer-te ultrapassar esse trauma, mas por enquanto, ela não se importa de ir de táxi sozinha. - sorri-lhe.

Encolhi os ombros, quando era pequeno até tinha curiosidade, mas depois tinha perdido isso tudo. Olhei para o teto ouvindo-a dizer para não me preocupar e suspirei cruzando os braços ao peito - é uma estupidez eu nem num táxi consegui entrar - num táxi já tinha entrado depois... de certas coisas, mas não queria experimentar outra vez a experiência. Olhei para ela com um suspiro - ficas bem? - perguntei passando uma mão pela dela.

- Não te preocupes. - voltei a repetir com um pequeno sorriso e assim que o Keith colocou a mão dele por cima da minha, puxei até lhe dar um beijinho nos nós dos dedos - Eu fico bem, a sério. - tentei descansa-lo. Voltei a sentar-me direita na cama assim que a enfermeira voltou para o quarto com o resultado dos exames na mão.
- O doutor vai dar-lhe alta hoje mas tem de continuar a descansar e qualquer coisa, voltar para cá.

Calei-me quando disse para não me preocupar e apenas assenti com a cabeça. O tempo de carro daqui a minha casa era curto, não lhe ia acontecer nada, ou pelo menos era o que eu esperava. Sentei-me na cama quando a enfermeira apareceu e sorri ao ouvi-la dar as boas notícias - vou buscar as tuas coisas - disse enquanto a enfermeira continuava a falar-lhe. Indo dar-lhe uma roupa que tinha conseguido arranjar da minha irmã quando tinha vindo de casa.

- Está bem. - disse com um sorriso enquanto me levantava da cama devagarinho para não perder as forças e cair no meio do chão e me arriscar a ficar ainda mais magoada. Agarrei nas roupas que o Keith me estendeu e percebi logo que eram da Summer. Tinha de arranjar maneira de eles fazerem as pazes, sabia que ele estava horrível e tinha a certeza que ela estava igual e com dois casmurros eu tinha de fazer alguma coisa para resolver a situação - Já estou. - disse assim que fiquei pronta para sair.

Sorri quando ela acabou de se vestir e guardei o meu telemóvel - o táxi deve estar já à nossa espera - disse, a praça de táxis era ali perto e eu já tinha ligado por isso esperava que não estivessem atrasados. Olhei para a cadeira de rodas e depois para ela - anda - agarrei-lhe numa mão para a amparar caso perdesse forças. - preferes ir de cadeira de rodas? - perguntei.

Agarrei-me ao Keith para não cair assim que sai da cama. Olhei para a cadeira de rodas e fiquei uns segundos a ponderar o que lhe responder - Eu não quero mas é melhor. - caminhei devagarinho até me conseguir sentar na cadeira e olhei para ele novamente - Não te preocupes Keith. O táxi chega num instante e tu podes ir na bicicleta mesmo atrás de nós, vai ficar tudo bem. - disse-lhe com um sorriso para o tentar descansar.

Fui ajuda-la a sentir-se na cadeira e agarrei na mesma começando a empurra-la para fora daquele quarto, finalmente. Felizmente ela não tinha passado mais de dois dias no hospital, para mim isso ia ser uma tortura, mas é claro que ficaria se ela continuasse lá. - Eu sei - disse com um suspiro - mas eu devia estar contigo - disse desta vez mais baixo e finalmente chegámos á rua, onde eu tinha que deixar a cadeira.

- Não te preocupes. - voltei a repetir com um sorriso para ver se o conseguia acalmar o que era muito díficil. Assim que chegámos à rua, levantei-me com cuidado para não cair e depois do Keith devolver a cadeira de rodas, agarrei-me ao braço dele - Só preciso de ajuda a andar até ao táxi, depois disso vou o caminho todo a olhar para trás para te ver a vir atrás de nós e para tu veres como eu vou perfeita. - disse com um sorriso, dando-lhe um beijinho no maxilar.

Agarrei-a quando ela também se agarrou a mim e sorri beijando-lhe a testa - tu sabes que eu não ando tão rápido de bicicleta quanto o táxi, não sabes? - perguntei abrindo-lhe a porta quando vi o motorista à nossa espera. Ajudei-a a entrar e passei os dedos pelo seu cabelo - mas eu vou tentar ser rápido - olhei para o homem dizendo-lhe a minha morado e pedindo para que não fosse demasiado rápido porque eu ia atrás de bicicleta.

Entrei no táxi e coloquei o cinto de segurança, esticando-me com um sorriso para conseguir beijar o Keith - Não faz mal, vai correr tudo bem, não te preocupes. - estiquei o braço para fechar a porta e disse-lhe adeus pela janela. Ainda me doia o corpo mas mesmo assim a dor não era assim tão forte. Ao menos como não tinha nada partido não havia grande problema e ia ser rápido para eu recuperar e voltar ao normal.

Quando o táxi partiu eu comecei a andar atrás dele, felizmente o homem até era simpático e foi devagar até minha casa que só era mais longe a pé, de carro ou de bicicleta era apenas a sete oito minutos. Fui arrumar a bicicleta quando chegamos e fui até ao quarto abrindo a porta a Jess e esticando uma mão na sua direcção para a ajudar a sair do táxi.

Sorri mal o Keith abriu a porta do táxi e agarrei na mão dele para me apoiar enquanto saía do carro - Não foi nada de mais, vês? - estiquei-me até lhe conseguir dar um beijo no maxilar e fui caminhando devagarinho até à porta de entrada da vivenda dele. Só esperava que ele e a Summer se resolvessem e que a minha estadia ali não piorasse as coisas, fosse de que maneira fosse. Ia tentar que os dois casmurros fizessem as pazes e não ia desistir até conseguir.